20 de fev. de 2008

oco, seco, escuro e profundo.
arrebatamento circular obsceno e luminoso.
análogo e díspar, quase cílios.
desvairado e abstruso, assolado.
espectro clandestino.
[ponderando uma espiral]

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pisar unhas inflamadas
arranhar paredes com as unhas
arrancar fios de pentelho
puxar orelhas
avermelhar faces com as mãos
socar estômagos
buzinar silêncios
morder lábios
tocar olhos abertos
...
desamar e
sorrir.

(lé
cré


fá)

19 de fev. de 2008

'desapego ao que não tem mais funcionalidade [dorzinha]. "fase crítica, mas também libertadora, natural das luas cheias... concede o dom da renovação"...'

:uma lua cheia de coisas crescentes e novas pra nós.

18 de fev. de 2008

'frutas e flores pela manhã.
cheiro de peixe podre no fim da tarde.'
[sacada 'Young'.]



"a dúzia, o maço, o bocado, o pedaço e o buquê"

14 de fev. de 2008

sabor enjoado, amargo, azedo, salgado, doce, apimentado. finalmente a fome.
'amanhã não vou te procurar e você vai me achar melhor.'
(desamarra o meu pé da mesa. tira a mordaça da minha boca. desata os nós em minhas mãos. abre a portinha.)
não mais seguirei por ali.
[no dia em que as coisas passadas não importarem mais, não vou nem perceber.]
por que não sou silenciosa como uma japonesa?

12 de fev. de 2008

6 e 9 da manhã.
cochilo até o despertador gritar 6 e 13.
ontem eu vi quando o mundo ficou 13:13.
não há certeza possível.
...mas ainda recupero o fôlego das lágrimas agora evaporadas. proteus. como quem vê o mundo ao tirar-se as cascas. por baixo da aspereza tudo é suave... 'lisuras'.
a coisa mais branca que posso imaginar é o que há por baixo da casca da macaxeira mesmo. penso no que não devia.
às vezes sou pornográfica, como 'o anjo'.
sou. és. somos.
pra sempre...