24 de jan. de 2016

enquanto me embriagava com esse gosto salgado vi em varais de mulher pintando seda que o que tivemos nos tirou a vida. nessa morte tão esperada e merecida percebo as verdades do meu minúculo tamanho. da minha avareza. inveja. hipocrisia. fraqueza. não deixo nada, porque nada herdei. apenas uma verdade: você enxergou por meus olhos. viu toda a mentira que absorvi como minha. apenas queria que você soubesse que havia outra. ela sempre existiu, gritou, implorou, mas a passagem era estreita e ela perdeu-se no tempo. aprendi que não devemos agradecer porque a existência encarrega-se de retribuir. mas de tudo o que você viu, não reconheceu a incapacidade de fazer algo que não se sabe. nem por intuição. apesar de uma ancestral sabedoria e cuidado divino.
De vez em quando a gente lembra. se julga. insalubre presente. passado você ja passou!!!!!!!!!! Da um tempo!
Pela manhã abriu os olhos e sentiu calor. O sol já ia alto. Fechou novamente os olhos. Tentaria voltar a dormir. Sono intranquilo. Quebrado. Ficaria na cama até não aguentar mais os sonhos,  a dor, calor. Vontade. Um banho. Café.  Quase meio dia. Geladeira sendo minuciosamente averiguada. Apenas uma possibilidade: ovos. Não ofereceria pão com ovo. O dejejum seria ovos. Soava bom. Ninguém recusa 'ovos'(!). Testaria sua teoria apenas para confirmar. Perguntou à sua companheira se ela gostaria de comer 'ovos'. -sim, claro!; -mexidos hã? Imaginou que se houvesse falado simplesmente pão com ovo, haveria uma muxoxo da outra parte. Caprichou na casquinha do pão.