24 de jan. de 2016

enquanto me embriagava com esse gosto salgado vi em varais de mulher pintando seda que o que tivemos nos tirou a vida. nessa morte tão esperada e merecida percebo as verdades do meu minúculo tamanho. da minha avareza. inveja. hipocrisia. fraqueza. não deixo nada, porque nada herdei. apenas uma verdade: você enxergou por meus olhos. viu toda a mentira que absorvi como minha. apenas queria que você soubesse que havia outra. ela sempre existiu, gritou, implorou, mas a passagem era estreita e ela perdeu-se no tempo. aprendi que não devemos agradecer porque a existência encarrega-se de retribuir. mas de tudo o que você viu, não reconheceu a incapacidade de fazer algo que não se sabe. nem por intuição. apesar de uma ancestral sabedoria e cuidado divino.

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