10 de jan. de 2010

desculpa-me, abri suas gavetas. Vi as cartas, todas as dedicatórias.

entre curiosa e culpada te peço perdão.

percebi que o que mostravas era tudo 'que querias que eu visse.

encantei-me, entretanto. emocionada, quase derramei lágrimas.

por fim vi teus olhos. eles me acusavam.

então fiz o meu papel e fingi que não era comigo.

no domingo, perambulei, arrastei-me.

fiz a lista.

escutei ac acalentando dores de cotovelo debruçada e aérea. pela janela vi que você não passava.

e lembrei que sabíamos sorrir.

pela janela...

enquanto você acenava pra mim...


e enquanto lembrava fui segurando com carinho e guardando tudo numa caixinha.

e nunca entenderia a razão pela qual não estudara física quântica.

e percebia o quanto já sabia.

e havia aquele sentimento de amor.

e era um tanto quanto paranormal.

bastava estar vivo.


e sentiu-se em paz ao ler que o santo admira muito mais o cordão que une as pérolas.

...

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