1 de jun. de 2007

Eu queria que isso ficasse entre nós. Não entendo por quê você contou. Era segredo. E agora acho bobo o que era. Só você sabia. E eu. Era o que nos fortalecia [ela disse a mim uma vez falando de segredos e sentir]. Meus pés não são bonitos. Guardo as coisas que gosto numa caixa. Um dia abro a caixa e tudo que ali havia se guarda dentro de mim. Nessas horas fico bela. E até meus pés ficam bonitos. Mas eu não me importo de verdade. E fico até com medo de ter um gato. Tem dias que tudo tem sentido. Te convido para um chá. Comemos biscoito e bolo. Te convido pra um vinho. Ficamos meio embriagados. Te convido pra uma sopa. Lemos poesia. Tem dias que a gente fica triste. Tem dias que a gente fica alegre. Tem dias que a gente não sente nada. Tem dias que faz sol. Tem dias que chove. Tem dias que a gente não lembra. mas apesar de feios os meus pés me aquecem. é por eles que me nasce o calor quando sinto frio. e é por eles que sinto o mar primeiro. eles me sustentam. e com eles percorro a minha vida...

Um comentário:

● My Queiroz disse...

Leiamos Espanca.
Sentiremos poder saindo da copa das árvores.
Olhos falharão [pifou?] quando o brilho dos teus atingir quase sem querer os meus.
Sentirei-me engaiolada pelas palmeiras, acolhida por você.
Na chuva, um quadriculado enamorando-se dum verde pirua, e logo mais em baixo uma vagabunda querendo ficar nua.
Um beijo na Clarice, um abraço no preto velho do rio.. uns pés que não aguentam, umas mãos quentes e macias à procura das amadas.. um vazio de cidade que foi dormir e esqueceu a roupa no varal.

a chuva que veio apenas serviu pra espantar todos dalí.

agora você entende.

por mais que todos saibam.. qr dizer, todos sabem?? não! ninguém sabe do que é meu e seu.
ninguém nunca saberá.
e bobo? você acha que o pombo é besta?

não! eu não tenho total certeza das coisas que falo. e nem mesmo certeza em dizer que a possuo.
apenas algumas, únicas, alicerces.

posso mergulhar com você?